Balanço de seis dias numa semana em que ainda restam dois :p

Confesso que andava ansiosa para ter tempo para partilhar com vocês estes meus primeiros dias enquanto estagiária, seven_hours_a_day na antena 1, ou como afectuosamente gosto de lhe chamar, a minha “number one” :p
Gostava de o ter feito ao primeiro dia, depois ao segundo, mas como o tempo foi passando, é com a marca “six” que escrevo este meu primeiro post (“six”, entenda-se, seis dias depois do primeiro dia na minha “number one”… E eu sobrevivi e ainda continuo viva :p )…
Dizer antes demais que apesar de apenas seis dias passados desde que comecei na “number one”, já muita coisa se passou e que tentarei ser sucinta no meio das inúmeras trapalhadas que tenho para vos partilhar : )
Sou oficialmente uma estagiária” tardia”, o que significa, pelo menos durante o mês de Março, uma estagiária que convive e partilha toda a rotina jornalística com a equipa da tarde da “number one” . Em Abril muito provavelmente passarei a ser da matinal, não da manteiga mas da manhã mas por enquanto cá estamos :p A equipa tardia foi uma surpresa, gente boa, dedicada, com espírito e bom ambiente. Gosto. Não gosto de não fazer nada. Não gosto. Não gosto de ser ignorada. Não gosto. Não gosto de me sentir inútil. Não gosto. Não gosto de sentir que estou a queimar horas da minha vida. Não gosto. Que estão a ser desperdiçadas em vão. Não gosto. Que podia aproveitá-las de maneira bem melhor, num sítio que eu cá sei, como sempre fiz. Não gosto. Invariavelmente pelas 20h00 é esse o estado de espírito que me assola a alma. Apesar de uma peça/reportagem por dia, que eu tento arrastar o máximo de tempo para ter com que me entreter, ainda não sou capaz de preencher as seven_hours_a_day a empatar só com uma notícia. Sou despachada por natureza e agora gostava de o não ser. Lamentavelmente sucumbo à leitura de mais 200 jornais e revistas por dia, lol, para me auto-ocupar (cada vez que saio da rádio à noite sinto-me capaz de debitar as mais estranhas, curiosas e desinteressantes notícias que alguma vez pensei saber, fruto do DN, JN, Correio da Manhã, “number one”, TSF, RCP, Lusa, etc…) à contagem dos quadrados do tecto (que existem e para quem quer saber, na redacção da equipa tardia da number one pode-se contar 140 aproximadamente :p), aos raciocínios mais profundos mas também aos mais estúpidos só para entreter o meu pensamento, à procura na net de algo interessante que me preencha mais uma meia-horita do meu tempo (quando há computadores na number one, of course)… E eu não nasci para passar o tempo a não fazer nada. Isso mata-me. Principalmente por saber que sou precisa noutros sítios, noutros espaços, por causas maiores e melhores. E fico triste mas essencialmente confesso, frustrada.
E em seis dias, cobrir uma conferência do PS e depois uma do Sócrates (1) confesso que também não é fácil. Dar voz a filhos da *** mata-me muito mais do que passar o tempo sem fazer nada a pensar transformar o sonho em vida…

Proletários de todo o mundo, uni-vos!

P.S. Este post foi geral. Prometo nos próximos partilhar então cada uma das aventuras que já vivi :p Vida de pseudo – jornalista, ainda por cima, comunista não é fácil… Também ninguém disse que era e por alguma razão não é isto que quero para a minha vida…

(1) Esta foi hilariante… Cobrir um acordo de 70 milhões de euros entre o Estado e uma empresa, pertencente a uma multinacional, que agora resolveu explorar os trabalhadores obrigando-os a trabalhar não as 8 horas, que é um seu direito, mas 12 horas por dia! é de facto de partir a alma…
É o Estado a investir na exploração dos trabalhadores portugueses para servir os interesses do capital. Excelente! E quem não aceita é convidado a deixar de ser “colaborador” (como gostam de chamar), entenda-se trabalhador da mesma!...